Dia 2 de novembro a tradição de visitar cemitério. Qual o motivo de fazer visitas? Quando começou essa tradição? Entenda a origem do dia dos finados.

TRADIÇÃO CATÓLICA  

Na tradição da Igreja Católica, 1º de novembro é comemorado o Dia de Todos os Santos, quando se reza por aqueles que morreram em estado de graça, com os pecados perdoados. O dia seguinte foi considerado o mais apropriado para fazer orações por todos os demais falecidos, que precisam de ajuda para serem aceitos no céu.  É por isso que no dia 2 de novembro se celebra o dia de Finados.

O Dia de Finados para os católicos é uma data para rezar por quem já morreu. Nessa oração, o pedido é que as almas que estão no purgatório aflitas, esperando o momento de entrar para o Reino dos Céus, tenham consolo e seu tempo no purgatório possa ser reduzido.

Por isso, rezar pelos mortos é uma demonstração de amor e afeto, uma vez que através das orações os fiéis acreditam que o sofrimento daqueles que se foram pode ser diminuído.


TRADIÇÃO EVANGELICA 

Visitar o túmulo para fazer orações aos mortos não é bíblico e quem quer que diga ser está completamente errado.

Hebreus 9:27 que nos diz: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.”. Ou seja, não podemos fazer nada em relação aos que já morreram.

Quando uma pessoa morre, o seu caminho já foi definido pela sua escolha em vida de servir ou não a Deus, de entregar ou não sua vida a Jesus Cristo! Não existe a chance de arrependimento: ou a pessoa foi salva e passará a eternidade com o Senhor, no céu, ou terá o inferno como destino.

Da mesma forma, a prática de agradecer aos mortos por supostas graças alcançadas ou, então, fazer promessas a eles em troca de algum tipo de “milagre” também não estão de acordo com a Bíblia, como podemos ver em 1 Timóteo 2:5, que diz:

“Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, o qual se entregou a si mesmo como resgate por todos” (1 Timóteo 2:5,6).

  Visita aos túmulos de entes queridos é permitido para reflexão ou conservação do local onde nosso parente ou amigo foi sepultado.

Cuidar, limpar e conservar o local em que nosso ente querido foi sepultado é algo absolutamente normal e não precisa ser feito somente no dia 2 de novembro, pode ser feito sempre que se desejar.

TRADIÇÃO JUDAICA 

Existem dois motivos pelos quais costuma-se visitar os túmulos no cemitério: um é orar pela alma e outro é pedir que o falecido interceda por nós perante D’us.

Apesar de a alma deixar o corpo após o falecimento, parte dela continua mantendo contato com o corpo no túmulo. Nos primeiros dias após o enterro permanece junto ao túmulo, mas gradativamente o abandona. Porém posteriormente vem ter com seu corpo periodicamente; por isso visitamos o túmulo.

Nos primeiros doze meses após o falecimento deve-se evitar visitar o túmulo além dos prazos citados adiante; mesmo ao visitá-lo, apenas se ora para a elevação da alma e não se faz pedidos particulares. A exceção é o túmulo de um tsadic que, mesmo no primeiro ano, pode ser visitado intencionando orar para si ou para outros.

Mesmo após os doze meses também não se deve visitar o túmulo em demasia; somente em datas específicas ou quando necessário.

Estas são algumas das datas quando visita-se o túmulo: 1) no final dos sete dias de luto; 2) no término dos primeiros 30 dias (sheloshim); 3) ao final de doze meses; 4) anualmente, no dia do yahrzeit, aniversário de falecimento; 5) na véspera de Rosh Hashaná e de Yom Kipur; 6) há quem costume visitar o cemitério em Tish’á Beav; 7) quando ocorre alguma desgraça, tanto particular como comunal, costuma-se ir ao cemitério orar a D’us (como também por um doente); 8) antes do casamento, o(a) filho(a) visita os pais falecidos, com intenção de convidá-los ao casamento.

Ao orar por alguém no cemitério é proibido intencionar que estamos rezando para que o morto nos ajude, pois isto é considerado falta grave pela Torá. Deve-se ter sempre em mente que o falecido intercede por nós perante D’us, para que Ele atenda nossos pedidos. No caso de túmulos de tsadikim, justos, deve-se ter em mente orar a D’us para que nos ajude pelo mérito dos tsadikim lá enterrados.

Ao visitar os pais no dia do yahrzeit, muitos não costumam visitar outros túmulos. Também não se visita o mesmo túmulo duas vezes no mesmo dia, nem passa-se perto se já foi visitado naquele dia.

Costuma-se deixar uma pequena pedra sobre o túmulo ao orar lá. Isto devido ao fato da alma não estar constantemente próxima ao túmulo. Assim, se a alma não se encontrar naquele momento, saberá que alguém esteve lá.

Costuma-se recitar Tehilim, Salmos, ao lado do túmulo, principalmente os versículos que se iniciam com as letras do nome hebraico do falecido, encontrados no capítulo 119 (que contém cada letra do alfabeto hebraico oito vezes). Neste momento deve-se prometer, e posteriormente, doar uma quantia à tsedacá, caridade.

O Cadish só pode ser recitado no cemitério se dez homens judeus a partir da idade de 13 anos (bar-mitsvá) estiverem presentes. Caso contrário é proibido recitá-lo. Os mortos não completam minyan conforme alguns pensam.

Uma bênção especial deve ser recitada se o espaço de tempo entre uma visita e outra ao cemitério ultrapassar trinta dias.

Ao visitar o túmulo de um tsadic costuma-se recitar uma série de preces, denominada Maanê Lashon.

Ao sair do cemitério lava-se as mãos seis vezes intercaladas, sem secá-las.




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